MINHAS CRÔNICAS

terça-feira, 31 de agosto de 2010

COMUNICAÇÃO COM SERES EXTRATERRESTRES

Não faz muito tempo escrevi neste espaço uma crônica sobre “O buraco negro; relatava naquela oportunidade a preocupação de uma nossa funcionária da fazenda a respeito deste difícil assunto; lembro-me que na ocasião não consegui, até mesmo porque não consigo entender bem este assunto, deixá-la tranquila a este respeito.
Recentemente fui novamente abordado, agora com questionamentos até certo ponto mais fácil de pesquisar; ela queria saber como deveria se proceder se ocorrer, sem mais nem menos, que um extraterrestre descesse nos pastos da nossa fazenda.
É claro que fiquei curioso com o questionamento, diga-se de passagem, eu nunca havia pensado nesta hipótese, quanto menos como deveria proceder; sua sobrinha, que mora em Goiânia “viu na internet” que alguns cientistas estão tentando comunicar com civilizações extraterrestres.
Prometi trazer-lhe novos esclarecimentos para adicionar aos que lhe dei (na verdade nenhum!) e, também, para tentar acalmá-la diante da possibilidade que lhe afligia.
Por sorte encontrei na revista de julho do “London review of books” um artigo muito interessante da lavra do escritor e cientista, membro do Instituto de Tecnologia de Massachusetts - USA, Prof. David Kaiser.
Segundo Kaiser, o interesse por seres extraterrestres tem seu marco inicial em um artigo de dois pesquisadores da Universidade de Cornell - USA, interessados em astrofísica, Cocconi e Morrison, publicado na revista “Nature” em 1959, com o título “Pesquisa em comunicação interestelar”.
Foi o primeiro trabalho publicado em um jornal científico demonstrando uma estratégia, realista, de pesquisa de comunicação com seres extraterrestres inteligentes; os pesquisadores utilizaram-se de porções de ondas do espectro eletromagnético que se propagam no plasma das galáxias, com adequado e, provavelmente, único ajustamento de frequência, por onde tais civilizações inteligentes poderiam se comunicar com a terra.
Este artigo coincidiu com o inicio de um programa criado pelos americanos, denominado SETI (Search for extraterrestrial inteligence – busca de inteligência extraterrestre); acontecimentos estes que combinavam uma grande dose de otimismo, com o desejo americano de supremacia, uma vez que isto se deu dois anos após o lançamento do Sputnik pela União Soviética, era de marcada competição espacial USA-URSS.
Cocconi e Morrison falam da presença no universo de muitas estrelas semelhantes ao nosso sol, algumas semelhantes à terra, onde deveria existir vida e, onde há vida, deveria haver, também, ciência.
Está claro, olhando agora à distância (são mais de 50 anos), vê-se que os dois pesquisadores tiveram que fazer muitos contorcionismos para explicar sua teoria, uma vez que se baseavam, principalmente, na descoberta feita em 1951 de que o átomo de hidrogênio emite micro-ondas chamadas “21-centimetro-linha”; tendo em conta que o hidrogênio é o mais simples e o mais abundante elemento existente; ele pode ser considerado, então, “O único, com frequência padronizada, capaz de ser conhecido por qualquer observador no universo”; mesmo porque, nós, os terrestres, sabemos disto (sic).
Uma das grandes falhas desta teoria é a afirmativa dos dois pesquisadores de que “Uma civilização inteligente deve ter investigações científicas”; esquecem que a ciência não é universal, mesmo aqui na terra e, que a idéia predominante nos anos de 1950-60 de que uma boa ciência levaria a uma boa tecnologia é desmentida pela história.
As antigas civilizações chinesas desenvolveram inacreditáveis tecnologias, porém, pouca ciência, como entendemos como tal, nos dias de hoje.
Em 1993 o congresso americano acabou com a dotação de fundos para o projeto SETI e, agora, a agência nuclear americana está com um desafio: desenhar um símbolo de comunicação para a população da terra que virá daqui a 300.000 anos; se levarmos em consideração que o alfabeto latino existe há 2.600 anos, faz-nos pensar na dificuldade de se encontrar um meio para se comunicar com seres que habitarão nosso planeta daqui a 300.000 anos.
Diante de tanta incerteza a respeito da existência de vida fora do nosso planeta, vejo-me na obrigação de dar ouvidos ao físico e teórico em cosmologia, Dr. Stephen Hawking, que apesar de ser portador de uma grave doença (esclerose amiotrófica) que paulatinamente levou-o a perder os movimentos dos braços e das pernas, assim como do resto da musculatura voluntária, incluindo aí a impossibilidade de manter a cabeça erguida, é considerado uma das maiores inteligências vivas da humanidade.
Disse ele: Tentar fazer contato com alienígenas é uma péssima idéia, pois, de repente uma civilização extraterrestre recebe uma nossa mensagem e pode aparecer em nossa porta, podendo não ser em atitude amigável. Pior se eles vierem com idéias de conquistas e com intenção de nos colonizar.
Para acalmar minha amiga funcionária não poderei expor todas estas teorias, porém, irei informá-la que nestes quase 50 anos de funcionamento do projeto SETI, nunca houve qualquer contato com estes seres, apesar de se manter a aparelhagem de escuta diuturnamente ligada.



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