MINHAS CRÔNICAS

quinta-feira, 16 de maio de 2013

VOCÊ CONSEGUE ESCREVER UM ROMANCE EMTRÊS DIAS?


 

 
                    Para quem gosta de saber algumas curiosidades do mundo da literatura, indico o livro “Curiosities of Literature” escrito pelo escritor inglês John Sutherland; vez por outra costumo consultá-lo e sempre me divirto com os assuntos que são por ele enfocados.
Como sou assinante de um jornal literário (London Review of Books) de vez em quando recebo correspondências eletrônicas de entidades culturais ligadas ao mesmo, a última delas era um convite para participar de uma “Maratona literária” a ter lugar no Canadá; o desafio a ser enfrentado na  citada maratona  é a produção de uma peça de ficção em 72 horas.
                        Ao ler o convite me lembrei de ter visto este assunto no livro que citei acima, fui procurá-lo e passo para meus leitores informações sobre a contenda, no caso de alguém se interessar; aproveito, também, para adicionar outras curiosidades que estavam inseridas no mesmo capítulo que consultei.
                        O título do capítulo (My pen is quick – minha caneta é rápida) dizia respeito, como o enunciado, a alguns casos curiosos do mundo da  literatura, especificamente a respeito de autores que escreviam os seus textos (novelas ou crônicas) em curto espaço de tempo.
                        O caso mais curioso é do escritor Mickey Spillane que escreveu o livro “I, the jury – Eu, o júri” em apenas nove dias e, em três anos foram vendidas sete milhões de exemplares; dizem que em certa ocasião roubaram seu carro e dentro do mesmo estavam os originais de um romance, do qual ele não tinha cópia. - Não faz mal, vou levar outros três dias para refazê-lo! disse ele.
                        Alexandre Dumas, como ensina o autor do livro, foi outro escritor que escrevia seus textos com muita rapidez; certa feita ele apostou uma grande importância em dinheiro de que seria capaz de escrever o 1º. Volume da sua coleção “Le Chevalier de Maison Rouge” em três dias; segundo dizem, Dumas era viciado em café, principalmente quando escrevia. O fato é que ele venceu a contenda, escreveu 34.000 palavras em seis horas e tomou muito café.
                        O café é sempre lembrado como estimulante da produção literária; pessoalmente, quando estou escrevendo na biblioteca da Santa Tereza recebo, de vez em quando, a visita carinhosa da nossa boa funcionária Divina trazendo uma boa xícara de café, do jeito que só ela sabe fazer.
                        Tomo café puro, sempre bem forte e com pouco açúcar, já o escritor norte-americano Jack Kerouac preferia acrescentar na xícara algumas gotas de benzedrina (droga estimulante, usada como descongestionante nasal); dizem que foi sob o efeito desta mistura que ele conseguiu escrever os seus dois livros de maior sucesso “On the Road – Pé na estrada” e “Os subterrâneos”, escritos em três semanas e em três dias e três noites, respectivamente.
                        Alguns escritores acham que a bebida alcoólica funcionaria como estimulante da produção literária, muitos exemplos são citados na literatura, no entanto o autor do livro a que estamos nos referindo, centra seus comentários no escritor Stephen King que escreveu o livro de ficção científica “The Running Man”, depois adaptado para o cinema, com o título em português de “O Sobrevivente” e que foi estrelado no cinema por Arnold Schwarzenegger, em apenas três dias, rodeado, o tempo todo, de muitas cervejas Budweiser. Seus livros foram publicados em mais de 40 países (é o nono autor mais traduzido no mundo),  já foram vendidas mais  350 milhões de cópias e é autor de sete dos  15 maiores “best seller” nos EEUU.  Haja cerveja!
                        Como podemos observar, muitos livros a que temos acesso hoje em dia, foram escritos “à toque de caixa”; pessoalmente não endosso este procedimento, costumo ter com meus escritos procedimento  semelhante ao que faz meu bom amigo e confrade da Academia Goiana de Letras, Eurico Barbosa: Escrevo o texto, as vezes um resumo do que pretendo expor, deixo no computador, dou uma volta, reabro-o e releio-o, modifico algumas frases, apago um parágrafo e substituo por outro e...
                        Ficou pronto? Fiquei satisfeito? Preciso refazer alguma coisa? Não? Então envio para o seu destino; se era uma crônica, será a redação do jornal; se era um conto (será necessário um “burilamento” mais refinado), se era o capítulo de algum livro, imprimo o que escrevi e coloco-o no fundo de uma gaveta, onde o “visito” com alguma frequência.
                        Ah, ia me esquecendo de dar o endereço para se inscrever na “Maratona”, tomem nota: