VOCÊ CONSEGUE ESCREVER UM ROMANCE EMTRÊS DIAS?
Para
quem gosta de saber algumas curiosidades do mundo da literatura, indico o livro
“Curiosities of Literature” escrito pelo escritor inglês John Sutherland; vez
por outra costumo consultá-lo e sempre me divirto com os assuntos que são por
ele enfocados.
Como sou assinante de um jornal literário (London Review of Books)
de vez em quando recebo correspondências eletrônicas de entidades culturais
ligadas ao mesmo, a última delas era um convite para participar de uma
“Maratona literária” a ter lugar no Canadá; o desafio a ser enfrentado na citada maratona é a produção de uma peça de ficção em 72
horas.
Ao ler o convite me
lembrei de ter visto este assunto no livro que citei acima, fui procurá-lo e
passo para meus leitores informações sobre a contenda, no caso de alguém se
interessar; aproveito, também, para adicionar outras curiosidades que estavam
inseridas no mesmo capítulo que consultei.
O título do capítulo (My
pen is quick – minha caneta é rápida) dizia respeito, como o enunciado, a
alguns casos curiosos do mundo da
literatura, especificamente a respeito de autores que escreviam os seus
textos (novelas ou crônicas) em curto espaço de tempo.
O caso mais curioso é do
escritor Mickey Spillane que escreveu o livro “I, the jury – Eu, o júri” em
apenas nove dias e, em três anos foram vendidas sete milhões de exemplares;
dizem que em certa ocasião roubaram seu carro e dentro do mesmo estavam os
originais de um romance, do qual ele não tinha cópia. - Não faz mal, vou levar
outros três dias para refazê-lo! disse ele.
Alexandre Dumas, como
ensina o autor do livro, foi outro escritor que escrevia seus textos com muita
rapidez; certa feita ele apostou uma grande importância em dinheiro de que
seria capaz de escrever o 1º. Volume da sua coleção “Le Chevalier de Maison
Rouge” em três dias; segundo dizem, Dumas era viciado em café, principalmente
quando escrevia. O fato é que ele venceu a contenda, escreveu 34.000 palavras
em seis horas e tomou muito café.
O café é sempre lembrado
como estimulante da produção literária; pessoalmente, quando estou escrevendo
na biblioteca da Santa Tereza recebo, de vez em quando, a visita carinhosa da
nossa boa funcionária Divina trazendo uma boa xícara de café, do jeito que só
ela sabe fazer.
Tomo café puro, sempre
bem forte e com pouco açúcar, já o escritor norte-americano Jack Kerouac
preferia acrescentar na xícara algumas gotas de benzedrina (droga estimulante,
usada como descongestionante nasal); dizem que foi sob o efeito desta mistura
que ele conseguiu escrever os seus dois livros de maior sucesso “On the Road –
Pé na estrada” e “Os subterrâneos”, escritos em três semanas e em três dias e
três noites, respectivamente.
Alguns escritores acham
que a bebida alcoólica funcionaria como estimulante da produção literária, muitos
exemplos são citados na literatura, no entanto o autor do livro a que estamos
nos referindo, centra seus comentários no escritor Stephen King que escreveu o
livro de ficção científica “The Running Man”, depois adaptado para o cinema,
com o título em português de “O Sobrevivente” e que foi estrelado no cinema por
Arnold Schwarzenegger, em apenas três dias, rodeado, o tempo todo, de muitas
cervejas Budweiser. Seus livros
foram publicados em mais de 40 países (é o nono autor mais traduzido no
mundo), já foram vendidas mais 350 milhões de cópias e é autor de sete dos 15 maiores “best seller” nos EEUU. Haja cerveja!
Como podemos observar,
muitos livros a que temos acesso hoje em dia, foram escritos “à toque de
caixa”; pessoalmente não endosso este procedimento, costumo ter com meus
escritos procedimento semelhante ao que
faz meu bom amigo e confrade da Academia Goiana de Letras, Eurico Barbosa:
Escrevo o texto, as vezes um resumo do que pretendo expor, deixo no computador,
dou uma volta, reabro-o e releio-o, modifico algumas frases, apago um parágrafo
e substituo por outro e...
Ficou pronto? Fiquei
satisfeito? Preciso refazer alguma coisa? Não? Então envio para o seu destino;
se era uma crônica, será a redação do jornal; se era um conto (será necessário
um “burilamento” mais refinado), se era o capítulo de algum livro, imprimo o
que escrevi e coloco-o no fundo de uma gaveta, onde o “visito” com alguma
frequência.
Ah, ia me esquecendo de
dar o endereço para se inscrever na “Maratona”, tomem nota: